sábado, 23 de janeiro de 2010

PRÁTICAS SOCIOEDUCATIVAS II

PRÁTICAS SOCIOEDUCATIVAS I

Problemas socioambientais no bairro de Valéria









O ISVA sempre está atento aos problemas socioambientais que estão ocorrendo no bairro. Já demonstramos algumas vezes a preocupação com a área do DERBA que foi adquirida pela Toshiba e o cuidado que precisa ter essa nova empresa com os espaços verdes e de lazer do bairro, principalmente, a que os moradores chamam de "bica" onde é utilizada pela população local como lazer e banho. Trata-se, em verdade, de uma nascente que faz parte da bacia do cobre e que sem ela, irá provocar graves danos a esse ecossistema. A Toshiba precisa ter uma prática socioambiental condizente para a preservação dos mananciais hídricos do bairro. Além dessa, outra preocupação dos moradores é a do campo de futebol que fica também no Derba, amplamente utilizada como lazer dos jovens do bairro e que precisa continuar tendo essa mesma finalidade de uso.

Vários outros problemas socioambientais devem merecer a atenção dos moradores e de suas instituições locais, sejam associações comunitárias, escolas e institutos. Nos últimos meses vem ocorrendo intensa devastação provocada por uma empresa nas margens da BR-324 no perímetro de Valéria. A empresa está soterrando uma baixada, um pequeno vale, para construção de suas instalações sem os mínimos cuidados de proteção. É preciso que os órgãos ambientais do estado tomem providências e verifiquem se há autorização para o impacto que está sendo provocado, se foram feitos estudos e se propuseram ações de minimização dos danos provocados. Além dessa empresa, outras estão se instalando ao longo da Br-324 no bairro de Valéria provocando problemas ambientais.



Outra questão também importante, é a do lixo que nem moradores nem empresas respeitam e não colocam nos lugares adequados. Sabe-se que o lixo provoca uma série de problemas de saúde para a população e para a natureza. Quando assistimos um rio morrendo localizado próximo a núcleos urbanos por causa da poluição pode ter certeza que também as pessoas próximas ao rio ou estão doentes ou estão também morrendo.

Cuidado com as plantas e com os jovens


processo de defumação
uma jaqueira produtiva

práticas sócio-educativas
Na semana passada, de 11 a 17 de janeiro, fizemos poda de algumas jaqueiras que estavam com o tronco cheio de galhos o que impede o nascimento de jacas. Após a poda os galhos e folhas da jaqueira são deixados no solo por cima das raízes delas, depois de uma semana as folhas e galhos secos são colocados em uma vasilha para fazer uma defumação ao redor da própria árvore podada, nesta semana com a presença de vários moradores foi feita a defumação para a restauração das árvores. Agricultura biodinâmica com base na filosofia de Steiner.

Além disso, como já informamos estamos realizando práticas sócio-educativas de verão para os jovens do bairro que estão de férias: Jogos, brincadeiras, grupos de teatro, limpeza do espaço, plantio de mudas. Natureza sadia, juventude também sadia. Toda segunda e sexta pela tarde, além de práticas de conservação, são realizados jogos e brincadeiras.
Pelas manhãs funciona na biblioteca José Oiticica a oficina de leitores, coordenado por Marcela. Nos outros horários há sempre uma pessoa para desenvolver atividades.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Consumir até Morrer


Consumir hasta morir, Sagarrak, Ekologistak, Martxinsaltoa, nº31. 73 páginas. 6,00 Euros.
Librería Libertaria Malatesta: http://www.lamalatesta.net/-c-21_96.html?osCsid=i08mvbmirjrjbrpe7lurqe19q6


Consumir até morrer é o título desse livro que faz referência ao consumo responsável. O título constitui-se em um slogan extremamente apropriado para os nossos dias, é como se as pessoas fincassem na alma a necessidade de consumir tudo que a sociedade de consumo determina e proporciona. Como viver sem televisão e geladeira em São Paulo ou em qualquer outra metrópole do mundo? A proposta do livro sustenta que nós é que devemos descer desse trem enlouquecido do consumo irracional através de práticas como comércio justo, ciclistas urbanos, alimentos ecológicos, recuperadores de resíduos, redes de economia alternativa. Trilhar outros rumos para uma sociedade mais justa, solidária e ecológica


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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O perverso abandono do Parque São Bartolomeu





Pirajá, um monumento vivo da história do Brasil, um marco profundo da grande luta que enobrece o povo brasileiro – em especial o povo baiano – que com seu sangue derramado conquistou a liberdade, expulsando para sempre o tirano mor – Inácio Bandeira de Melo – do território brasileiro com toda sua guarda pretoriana e seus sequazes, deixando aqueles belos planaltos juncados de mortos, deixando à posteridade lições de coragem e heroísmo.

Floresta que infundiu profundos sentimentos ao genial poeta Castro Alves, que no seu poema ao Dois de Julho compara a grandeza e o heroísmo do povo aos cedros ali existentes que, augustos e majestosos, desafiavam as intempéries dos tempos.

Infelizmente as lições históricas daquela exuberante floresta não foram inseridas na prática do dia-a-dia ­– principalmente dos administradores públicos – que postergaram e tergiversaram sobre a proteção e segurança ambiental do parque São Bartolomeu e da reserva florestal do Pirajá, não respeitando o valor das plantas sagradas do culto afro-brasileiro ali existentes, como também aquela rica biodiversidade de plantas e ervas medicinais. A prova do que afirmo foi o estudo e pesquisa executados pelo Projeto Rondon, no início dos anos 1970, que teve como coordenador dos trabalhos de campo o Dr. Carlos Fonseca, emérito cientista no conhecimento de plantas meidicinais.
Estas postergações sistemáticas de vários administradores do município de Salvador tomaram rumos gravíssimos desde as duas administrações do Sr. Toninho Quebra-Barraco, que utilizou métodos draconianos, à imitação do tirano mor Inácio Bandeira de Melo, criando os mesmos guardas pretorianos que perseguem implacavelmente o mercado informal da cidade do Salvador, querendo ordenar este mercado livre, taxando os vendedores com valores espoliantes, diminuindo os espaços das barracas, criando grandes dificuldades para o barraqueiro guardar e proteger sua mercadoria.
Chamo a atenção das comunidades populares que residem no entorno daquela belíssima floresta, o sítio histórico de Pirajá e suas adjacências. Não se deixem iludir com idéias espúrias sopradas de longe e de cima para baixo, sejam elas do setor público, sejam do setor privado e até de Ongs que estejam desligadas da Geografia, da Ecologia e da Sociologia local por conta de interesses maquiavélicos, da insensatez diabólica, com maquinações sutis, com tiranias disfarçadas, minam e matam os sistemas naturais criados a milhões de anos pela ordem do universo. Aqui e ali se ouvem propostas absurdas como criação de abelhas européias e africanas altamente lesivas àquele sistema onde existem abelhas nativas, sem ferrões, com alta qualidade de seu mel e garantem o habitat local, como a uruçu, mandaçaia, jatai, jandaira e outras.
Sopram ainda a criação de hortas convencionais, sem contar que ali é uma reserva florestal fechada, o que temos a fazer é reflorestar, reconstruir os taludes existentes que foram suprimidos, utilizando plantas da Mata Atlântica e nos alinhamentos entre a comunidade e a reserva fazer uma agroecologia com plantas frutíferas oriundas da própria Mata Atlântica. Mas não, induzem a população a criarem peixes predadores do sistema hidrófilos de outras áreas em detrimento dos peixes nativos, citamos alguns como a traíra, o parú, as tilápias nativas, o piau, o cará, o acari, o cascudo, o bodó e o mandi entre outros que sustentam e garantem o sistema natural.
Essa gente com o discurso dogmático de crescimento a qualquer preço, mesmo que custe a vida de todos, incluindo eles mesmos, pois não enxergam um palmo além de seus narizes. Na natureza não existe apartheid e nem idéias absolutistas. Ela engloba a ordem do universo com suas leis implacáveis e criativas.
Após décadas, continua a omissão não apenas do poder público executivo, como também do Legislativo, da Câmara Municipal, que até hoje não criou projetos de proteção ambiental, não aprovou recursos do orçamento municipal ou estadual para proteção do nosso verde.


POR UMA GESTÃO POPULAR DO PARQUE SÃO BARTOLOMEU
CIDADANIA, AUTONOMIA E LIBERDADE
PRESERVAÇÃO SOCIOAMBIENTAL

Antonio Fernandes Mendes

sábado, 16 de janeiro de 2010

Arte, cultura e ecologia social no ISVA



Em janeiro, no período de férias escolares, estamos realizando várias atividades no ISVA com os jovens do bairro de Valéria. Poda de árvores, limpeza e cuidados do espaço, jogos e encenação de teatro, organização dos livros da biblioteca e a oficina de leitores. Algumas atividades são programadas outras vão surgindo de forma espontânea. Funciona como uma escola livre, viva, sem a imposição de aprender. Ao organizar livros, por exemplo, pode-se atentar para a separação por assuntos (matemática, história, português), assim, estarão de algum modo aprendendo a arte da catalogação. As atividades ao ar livre também estimulam a criação e a convivência social. A preocupação com o ambiente, o cuidado com as plantas e a preocupação com a poluição dos espaços ajudam no sentido de criar responsabilidade com o próximo e com a natureza.

A visita nas áreas do bairro em grupo, observando os espaços urbanos (residências e bares) e os naturais como nascentes e matas possibilitam a reflexão sobre o meio e a interação com a rua e o bairro. Os jogos e as atividades teatrais geram um clima de alegria, amizade e confiança mútuas. Não existem notas para avaliar ninguém, não somos favoráveis e nem queremos autorização para isso, as provas são aquelas que de forma livre e espontânea as pessoas participam ou não para realizar alguma atividade, seja intelectual, lúdica ou prática, dentro de uma concepção de uma educação integral. Desafios, questionamentos, descobertas, práxis, liberdade e compreensão são as possibilidades de se desenvolver uma educação libertária, autogestionária.
Eduardo Nunes

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

S O L I D A R I E D A D E C O M O H A I T I


As imagens podem não falar por si, nós é que as interpretamos. A tragédia que se abateu sobre o Haiti deixa a todos consternados. Não é preciso falar de números, os depoimentos dos que sofreram com o terremoto e também daqueles que estão relatando são impressionantes. É a verdadeira prova de que a solidariedade existe. Solidariedade num mundo desigual, solidariedade para um povo extremamente explorado e empobrecido por conta da ganância e da avareza das empresas que visam apenas os seus próprios interesses. (EN)
click na imagem acima

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Élisée Reclus - geógrafo anarquista


ÉLISÉE RECLUS -


Eminente geógrafo, intelectual e anarquista francês. Nasceu em 15 de março de 1830. Filho de um pastor protestante estudou na Universidade em Montauban e Berlin. Em 1864 conheceu M. A. Bakunin, de quem se tornaria amigo e companheiro até à morte, sendo o orador no seu sepultamento. Sendo já um reconhecido geógrafo, participou ativamente da Comuna de Paris de 1871.


Aprisionado, foi condenado a degredo, mas um amplo movimento internacional, reunindo intelectuais de vários países, conseguiu que a pena fosse comutada em expulsão para a Suíça. Viajou por todo o mundo, durante o trabalho de pesquisa que fez para preparar a Nova Geografia Universal, aproveitando esse fato para estabelecer contatos com os núcleos anarquistas dos países por onde passava.


Esteve em Portugal nos anos de 1886 e 1887 tendo incentivado os primeiros grupos anarquistas a se organizarem de forma autônoma e, em 1893, esteve no Brasil, Uruguai, Argentina e Chile. No ano seguinte participou da fundação da Universidade Livre de Bruxelas onde seria professor. Tal como seus outros irmãos, em particular o fourierista e libertário Élie Reclus, Élisée foi um dos expoentes intelectuais do anarquismo do século XIX. Suas obras O Homem e a Terra e A Montanha, tal como muitas de suas reflexões nos seus textos geográficos, que o tornaram um dos fundadores da moderna geografia humana, são exemplos de uma visão precursora da ecologia.


De sua autoria foi publicado no Rio de Janeiro, em 1900, Estados Unidos do Brasil, o capítulo da Nova Geografia Universal referente ao país. Destaca-se ainda seu livro Evolução, Revolução e Ideal Anarquista. Morreu em Bruxelas a 4 de julho de 1905.
RECLUS, Élisée. A evolução, a revolução e o ideal anarquista. Imaginário. São Paulo. 2002. 131p.


segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Desejos e necessidades


Afinal, o que nos move?



Desejos, sonhos, realidades, necessidades?



E como situar-nos no mundo globalizado e como situar-me?



Necessitamos de tanta tecnologia?



Que alternativas temos nesse mundo que está montado?