quarta-feira, 13 de maio de 2009

MANEJO ECOLÓGICO DO SOLO










Antonio Fernandes Mendes/ISVA
Professor em Agricultura Sustentável

Ou a espécie humana aprende a manejar os desequilíbrios da natureza e suas desordens ou desaparecerá da mesma forma que desapareceram os grandes Sáurios. As plantas têm uma tecnologia que nenhuma espécie viva tem que é a criação da fotossíntese, obtida da energia solar. Por sua vez, a fotossíntese polariza dois elementos vitais à vida animal: o carboidrato e o oxigênio. As plantas são como reatores fabricantes de energia aos milhões, captando energia do sol, tendo como catalisador a clorofila.
Mas o processo não fica só com as plantas, é preciso um alimento vital, o gás carbônico, o mais raro gás da atmosfera e só os animais têm a capacidade de fornecer este precioso alimento às plantas. Assim se completa o ciclo vital entre plantas e animais. Desse modo, o catalisador da respiração animal é a hemoglobina. Sintetizando, a planta capta o gás carbônico e libera oxigênio. Os animais consomem o oxigênio e devolve às plantas o gás carbônico enriquecido. Eis porque um não pode viver sem o outro. É uma dependência condicional do universo: “os animais são órgãos externos das plantas e as plantas são órgãos externos dos animais, que por sua vez são órgãos de uma unidade universal espiralada”.
Aquele que desejar a reconstrução de uma agricultura assentada nas bases ecológicas terá que saber que uma planta e um animal que adoecem endemicamente são porque a doença não está diretamente na planta ou no animal e sim na vida do solo e seu meio ambiente.
A visão criminosa e a ignorância estúpida, com relação à vida das plantas, de seguimento “científico” e de idéias de crescimento econômico religioso e dogmático, de grupos políticos e de economistas alheios à realidade do manejo do solo, quando elas são violadas com erros graves, as leis físicas e sutis da natureza, respondem implacavelmente a esses erros com hecatombes terríveis. Vejam bem, as plantas suprimidas e mortas, ou diminuídas suas variedades, quebram o elo da polarização YIN e YANG, abrindo-se um abismo no equilíbrio regulador dessas energias.
Exemplo: quando um pêndulo YIN desequilibra-se acontece um inferno astral de chuvas diluvianas que inundam a terra levando a desastres fatais. Quando um pêndulo YANG pende, ocorre o contrário, o inferno astral de fogo se alastra na terra carbonizando tudo que se encontra no solo, tornando cinzas sinistras. Isto são leis físicas! Mas, o agente mais perigoso e perverso é o habitante urbano, que desligado totalmente da natureza, destrói impiedosamente os espaços tornando a vida azóica e insuportável.
Palestra proferida pelo autor no Centro de Estudos Vitalício da Bahia, localizado na Av. Sete de Setembro em frente ao Forte de São Pedro em 30/10/1987.
APÊNDICE

Há vinte anos escrevi este pequeno esboço para ser publicado. Fiz palestra no Centro Vitalício da Bahia e expus o texto e li para os ouvintes presentes naquele centro. Agora explodiu a crise econômica e social, gravíssima, escondida pela mídia do sistema por baixo do lixo e dos tapetes políticos esfarrapados que há longos anos, mentem ao povo (políticos globais). As sujeiras dos “tupiniquins” daqui, não merecem descrevê-las, já pertencem ao lixo da história.
Não é só a crise política e social que está em jogo, quem se encontra em gravíssima situação é a terra que os crápulas dilapidaram, extorquiram, massacraram toda a base de sustentação dos solos. Este é o lado cru da realidade, não bastou Katrina, Chernobyl, os vales da China, agora em Santa Catarina e tantos outros desastres pelo mundo afora. Aqui em Salvador, o crime acontece abertamente nas “barbas” do poder público. Centenas de fontes foram destruídas, as famosas fontes da Bahia o bicho comeu, as lagoas idem, os riachos e rios viraram latrinas, os belos aluviões de areias de formações seculares foram dilapidados, as enseadas soterradas, as bacias de águas cristalinas da Baía de Todos os Santos contaminadas (é uma vergonha para este número tão grande de santos, todos emporcalhados de sujeiras físicas, por quem deveria evitá-los).
Vejam a BR-324, a Av. Paralela e a Estrada do Coco até o vizinho Estado de Sergipe. Ao longo da Estrada do Coco suprimiram as belas matas da biodiversidade da Mata Atlântica e implantaram a monocultura de eucaliptos, acabando com as variedades polimorfas ali existentes. No município do Conde, implantaram o cultivo do coco “anão”, "melhorado geneticamente", acabando com os cocos nativos e as palmeiras de grande valia, lembro a essa gente que quando se mexe com uma folha, se mexe com o universo (da sabedoria grega e oriental).
O que afirmo da insensatez humana é uma realidade e, agora, com a crise econômica e social grave tornou-se evidente um arrastão social global.

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